Direto de Brasília
Jayme e Selma se destacam após confusão em segundo dia de votação para presidência do Senado
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O Plenário do Senado Federal foi mais uma vez palco de confusão durante o segundo dia de votação para a presidência da Casa e a formação da nova Mesa Diretora, neste sábado (02). Na contagem de votos, foi detectada uma cédula a mais na urna, o que foi o gatilho para o início de um novo bate-boca. Jayme Campos (DEM) e Selma Arruda (PSL), escolhidos como ‘auditores’, se destacaram e usaram o microfone para tentar sanar os problemas.
Selma e Jayme foram escolhidos como escrutinadores (os membros dos partidos encarregados de fazer a vigilância da votação) e acompanharam de perto cada voto. No fim, durante a contagem, foi detectada uma cédula a mais, o que causou o caos no Plenário e um bate-boca frenético.
A juíza aposentada, Selma Arruda, posicionou-se para que o voto fosse anulado e o resultado se mantivesse. Porém, a maioria decidiu por uma nova votação: “Haverá nova eleição por decisão dos escrutinadores que vocês designaram. Não vamos contaminar esta eleição. Por favor, não vamos fazer de novo o que aconteceu ontem. Aqui todo mundo sabe o que faz. Quem votou uma vez, faça-o de novo. Minha opinião foi contrária, mas respeito a opinião da maioria”, disse a senadora, que foi aplaudida em seguida pelos colegas.
No decorrer da confusão, Selma novamente voltou aos microfones, após Renan Calheiros (MDB/AL) anunciar que havia desistido de sua candidatura por conta do tumultuado processo e usou a experiência como magistrada: “Durante a votação, houve o pedido de saída de um candidato. Quem já havia votado, se por acaso votou em Renan, perdeu seu voto. Vamos amanhecer com uma liminar aqui dentro, eu falei. Isso não é agradável. Se não recomeçar a votação, vai judicializar novamente. Não se desiste mais, entrou, acabou. Por isso recomendo que se faça novamente a votação”.
Ainda em meio à confusão, Jayme Campos – que era um dos escrutinadores e abandonou os arredores da mesa para ficar próximos dos colegas – pediu a palavra e disse que o fato poderia colocar em cheque a legalidade da votação. Logo depois, sugeriu que fosse trocado o responsável por assinar as cédulas, o que foi atendido posteriormente.
Após o anúncia da desistência de Renan Calheiros, Jayme voltou aos microfones para pedir que o processo tivesse sequência da forma que estava: “Eu acho que tem que dar continuidade ao processo de votação. Tenho certeza absoluta que é opinião da maioria”.
Por fim, ficou decidida uma nova eleição para a escolha do presidente da Casa. Concorrem ao posto: Ângelo Coronel (PSD-BA), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Fernando Collor (Pros-AL), Esperidião Amin (PP-SC), Renan Calheiros (MDB-AL) e Reguffe (sem partido-DF). Alvaro Dias (Podemos-PR) e Major Olímpio (PSL-SP) retiraram-se da disputa.
A votação da última sexta-feira (01) foi adiada depois de muito tumulto e bate-boca entre os senadores.
Na ocasião, Jayme Campos atuou como “bombeiro” na turbulenta sessão plenária. Em um dos momentos mais acalorados da refrega, Campos pediu bom senso, ameaçou sair do plenário para não manchar sua biografia em momento tão baixo da República e afirmou que a situação se assemelhava a “briga de lavadeira”.
( Olhar Direto )